Experimente olhar cada coisa em seu fluxo, todo ele feito de conexões e desconexões eternas, e começará a compreender a complexidade da tarefa de viver.
Vida é o drama criativo da existência.
Existir e insistir será sempre problemático. Impõe cautela, acuidade, observação, ausência de plenas respostas.
Viver dói, mas cura.
Repare em tudo o que começa a dar certo dentro de você, compatibilizando seu ser com a sua vida. Prepare-se para o que começa a se encaminhar para o que é bom em você!
Seja capaz de aceitar e também enfrentar tudo de melhor que tem. É preciso força e coragem para aceitar o bem que mora em nós.
Prepara-se para a sua capacidade de amar, para sua melhor beleza, para fazer cada vez melhor o que você sabe, seja quindim, amor, coleção de selos, estudos transcendentais, harpa, pipoca, sinuca ou cirurgia ocular.
Prepara-se para dar certo.
Para ser querido(a).
Para merecer o amor que teme.
Aceite a pluralidade da vida.
Somos vários num só e há muitas verdades no mundo, todas precárias.
Há tantas religiões quanto pessoas.
Há tantos métodos quanto indivíduos.
Experimente descobrir e até, se for possível, aceitar a visão da verdade que impulsiona o seu adversário e anima a luta de seu inimigo.
Pense em todas as direções, com mão e contramão em cada estrada.
Aceite a complexidade que faz a vida e anima o homem a se agitar neste mundo, buscando realizar o que jamais conseguirá.
Repare que só cresce e melhora quem entra, enfrenta e aceita o seu pior. Abra-se sem receio para tudo o que seja compreensão. Até do que nunca foi, nem será entendido.
Texto: Artur da Távola
Foto: Sebastião Salgado