quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Um desabo... sobre a morte do Mosquito e a falta de liberdade de expressão


Me sinto muito triste hoje... a morte do Mosquito me veio tantas coisas na cabeça... uma tristeza tão grande... perder alguém por depressão (no caso do Mosquito com o acumulo da pressão que sofria, ameaças de morte, falta de grana) nunca teremos explicação o que o levou e pq o levou a isso, mas nunca nos perdoaremos (sei pois perdi o homem que amava com essa maldita doença)
Mas, na hora do enterro do Mosquito, algumas falas me emocionaram muitissimo... quantas vezes a gente leu os textos no blog dele.. e ficou com a alma lavada de alguém ter tido a coragem de falar tudo aquilo... quem não teve vontade de ir em frente de algumas empresas e berrar bem alto e dizer as coisas que ele dizia...
Quem não se emocionou com ele no mercado público com aquela camiseta, cartaz folder com os dizeres "estupro nem pensar..."   E nessa hora penso, somos todos omissos com as injustiças desse mundo... e por isso todos culpados por sua morte...
Quando era jornalista em Brusque tive um jornal, chamado Folha Livre, o único que fazia oposição ao então prefeito da cidade... recebia ameças dia e noite... meus pais me ligavam antes de dormir e assim que acordavam... passei por tentativas de homicidio... e graças ao Paulo Eccel (atual prefeito de Brusque), que na época me chamou para assessorar (imprensa) ele como deputado, hoje em dia moro em Floripa e muito provavelmente escapei da morte, sorte essa que o vereador de Chapecó não teve...
Mas dentro de mim tenho somente uma certeza, apesar de tudo, não podemos nunca nos calar... a verdade sempre tem que ser dita... somos trabalhadores, somos lutadores, somos guerreiros... e não podemos permitir jamais que o mal prevaleça...
Descanse em paz Mosquito! E que o nosso futuro seja mais feliz.... (desculpem o desabafo publico... mas precisava expressar meu sentimento... Cris Cristiane Mohr

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Chapa 2 - O Sindicato dos Jornalistas para os Jornalistas

Oficializada nesta segunda-feira, 18 de julho, a inscrição da chapa de oposição “Vamos Juntos” do MOS – Movimento de Oposição Sindical - para as eleições da nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, que ocorrerá nos dias 25 e 26 de agosto.

Para Valmor Fritsche, candidato a presidente,  “a  Chapa 2 oferece aos jornalistas uma alternativa ao continuísmo e ao marasmo em que se encontra o nosso sindicado, hoje preso a interesses estranhos à categoria e posições políticas particularizadas”.

Ainda nesta semana será realizado o planejamento da Chapa 2, onde serão definidos o programa e as estratégias de campanha. Para os integrantes do MOS, o clima tem esquentado a cada dia, com a conquista de um número expressivo de jornalistas que defendem um sindicato mais atuante, que lute pela categoria.

Defendemos uma entidade combativa, presente no dia-a-dia das redações e assessorias, em todas as regiões de Santa Catarina, que valorize o passado, mas olhe para o futuro e saiba propor alternativas para os conflitos gerados com o uso de novas tecnologias.

Condições de trabalho e salários, aprimoramento das relações trabalhistas, regulamentação da profissão, atenção à saúde dos jornalistas, liberdade de expressão, democratização da comunicação, apoio e participação nos movimentos sociais são alguns dos eixos a serem amplamente debatidos com a categoria.


Somos uma chapa democrática, livre e plural estamos abertos para sugestões. Envie seu e-mail para jornalistas.sc@gmail.com e diga o que você espera da nova direção do SJSC. Sua opinião é muito importante para nós!!!  

Conheça os integrantes da chapa 2
“Vamos Juntos - O Sindicato dos Jornalistas para os Jornalistas”

Diretoria Executiva


Presidente – Valmor Fritsche – Fpolis
Vice-presidente – Valci Zuculoto – Fpolis
Secretário-Geral – Leonel Camasão – Joinville
1ª Secretaria – Vera Gasparetto – Fpolis
Tesoureira – Cris Mohr – Fpolis
1ª Tesoureira – Veruska Tasca – Chapecó


Suplentes
Fabrício Porto – Joinville
Danúbia de Souza – Blumenau
Sirliane Freitas – Chapecó
Herminio Nunes – Fpolis
Alexandre Gonçalves – Fpolis
Ivan Giacomelli – Fpolis

Comissão de Comunicação e Eventos


Titulares
Janine Koneski de Abreu – Fpolis
Lilian Simioni – Chapecó
Marcelo Passamai – Fpolis


Suplente
Linete Martins – Fpolis

Comissão de Sindicalização e Registro Profissional


Titulares
Ricardo Medeiros – Fpolis
Sérgio Murillo de Andrade – Fpolis
Daniela Torbes – Joinville


Suplente
Adriane Canan – Fpolis

Conselho Fiscal


Titulares
Celso Vicenzi – Fpolis
Irene Huscher – Blumenau
Vagner Dalbosco – Chapecó


Suplentes
Alexandre Gonçalves – Blumenau
Caê Martins – São José
Prisco Paraíso – Fpolis

Delegação ao Conselho de Representantes da FENAJ


Titulares
Tânia Machado de Andrade – Fpolis
Lourdes Sedlacek – Blumenau


Suplentes
Aderbal da Rosa Filho – Fpolis
Alexsandro Vanin – Fpolis

Mós na Internet: Chapa 2 - O Sindicato dos Jornalistas para os Jorn...

Mós na Internet: Chapa 2 - O Sindicato dos Jornalistas para os Jorn...: "Oficializada nesta segunda-feira, 18 de julho, a inscrição da chapa de oposição “Vamos Juntos” do MOS – Movimento de Oposição Sindical - par..."

quinta-feira, 14 de julho de 2011

RBS em Santa Catarina: A censura dissimulada

A decisão da Justiça Federal de Santa Catarina, na ação civil pública proposta pelo MP Federal contra a RBS, contribui para perpetuar uma situação onde apenas alguns poucos grupos têm direito a voz enquanto a imensa maioria da população permanece sem a possibilidade de exercer sua liberdade de expressão no espaço público.

Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa:

Tomei conhecimento recentemente da sentença proferida em 21 de março passado pelo juiz Diógenes Marcelino Teixeira, da Terceira Vara Federal de Florianópolis, na ação civil pública (ACP) proposta pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF/SC), em janeiro de 2009, com o objetivo de (a) anular a aquisição do jornal A Notícia, de Joinville; (b) reduzir o número de emissoras de televisão do Grupo RBS aos limites permitidos pelo decreto-lei 236 de 1967; e (c) estabelecer percentuais da programação local da radiodifusão televisiva, produzida e expressando a cultura de Santa Catarina nos termos do inciso III do artigo 221 da Constituição Federal (ver processo nº 2008.72.00.014043-5, disponível aqui).

O senhor juiz julgou improcedente o pedido e decretou a extinção do processo (
ver aqui).

O que está em jogo
Tratei da importância desta ACP em mais de uma ocasião (ver, por exemplo,
“Propriedade cruzada – Interesses explicitados“). Nota pública do MPF/SC sobre a ACP, à época, afirmava:

“...o grupo (RBS) detém no estado o controle de seis emissoras de televisão; os jornais Diário Catarinense, Hora de Santa Catarina, Jornal de Santa Catarina e, recentemente, o jornal A Notícia; além de três emissoras de rádio. O pool de emissoras e jornais utiliza o nome fantasia Grupo RBS. Com o conhecimento expresso do Ministério das Comunicações, as empresas são registradas em nome de diferentes pessoas da mesma família com o objetivo de não ultrapassar o limite estabelecido em lei. Para o MPF, a situação de oligopólio é clara, em que um único grupo econômico possui quase a total hegemonia das comunicações no estado. Por isso, a ação discute questões como a necessidade de pluralidade dos meios de comunicação social para garantir o direito de informação e expressão; e a manutenção da livre concorrência e da liberdade econômica, ameaçadas por práticas oligopolistas” (
íntegra aqui).

A sentença e suas razões
Embora a sentença não constitua, de fato, uma surpresa, vale o registro – de uma perspectiva não jurídica – pelo que ela representa para os moradores de Santa Catarina e, sobretudo, pelo padrão histórico de censura dissimulada que ela perpetua.

Em relação à compra do jornal A Notícia, o juiz afirmou:

“...compulsando o teor do processo administrativo que examinou o ato de concentração entre as empresas Zero Hora Editora Jornalística S/A e A Notícia S/A Empresa Jornalística, que resultou na autorização para a combatida alienação do controle acionário da última, vejo que não há qualquer irregularidade a ser proclamada, porquanto não se descortinou na ocasião qualquer infração à ordem econômica, com a formação, por exemplo, de oligopólio. Com efeito, vejo que no âmbito do CADE foi exaustivamente aferida a circulação de cada um dos periódicos editados (ou não) no Estado de Santa Catarina, com as respectivas participações no mercado em termos percentuais por regiões delimitadas, verificando-se claramente que o mercado é “disputado” por vários jornais, filiados ou não ao grupo RBS (...). Resta claro que não há a formação de oligopólio (...).

Em relação ao número de emissoras de televisão controladas pelo Grupo RBS em Santa Catariana, diz a sentença:

“...não restou cabalmente demonstrado nos autos ofensa à legislação que proíbe a concessão de mais de duas emissoras de radiodifusão à mesma empresa, porquanto como bem colocado na contestação da União, não houve a concessão de serviços de radiodifusão à “família Sirotsky”, e sim a pessoas jurídicas distintas, com quadro societário diverso, [sublinhado no original] o que se comprova mediante o exame dos respectivos estatutos sociais juntados aos autos”.

Em relação aos percentuais de programação local da radiodifusão televisiva conforme o artigo 221 da CF, o juiz considerou que:

“...o referido artigo 221 nunca foi regulamentado, de maneira que não há como impor à rés obrigação ainda não positivada”.

Omissão escandalosa

A Justiça Federal de Santa Catarina...

(1) ao considerar que a compra do A Notícia não constitui “qualquer infração à ordem econômica, com a formação, por exemplo, de oligopólio”, acatando, sem mais, a decisão administrativa do CADE;

(2) ao decidir que “não houve a concessão de serviços de radiodifusão à ‘família Sirotsky’, e sim a pessoas jurídicas distintas, com quadro societário diverso”, mesmo sendo de conhecimento público que as pessoas jurídicas “distintas” que controlam mais de duas emissoras de televisão em Santa Catarina são, de fato, vinculadas ao mesmo grupo familiar; e

(3) ao deixar de cumprir o que manda o artigo 221 da CF por falta de regulação;

...contribui para perpetuar uma situação onde apenas alguns poucos grupos têm direito a voz enquanto a imensa maioria da população permanece sem a possibilidade de exercer sua liberdade de expressão no espaço público.

Essa é, na verdade, uma forma de censura dissimulada que vem sendo praticada e confirmada no nosso país não só por sentenças do Judiciário, mas também por decisões administrativas do Cade e pela escandalosa omissão do Poder Legislativo que, 22 anos depois, não regulamentou a maioria dos artigos do capítulo da Comunicação Social da Constituição.

A lição que se deve tirar de mais esse episódio é que, apesar da proibição expressa no Artigo 220 da Constituição, a censura continua sim a ser praticada entre nós. Uma censura dissimulada, que passa despercebida na maioria das vezes, mas que perpetua aquilo que desde o século 17 o padre Antônio Vieira já considerava “a maior ocasião de nossos males”, isto é, “o pior acidente que teve o Brasil em sua enfermidade foi o tolher-se-lhe a fala”.



Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011.

Quem não paga trabalhador não tem dinheiro estatal

Tivemos um enorme escândalo de mídia sobre as possíveis brechas contidas na nova legislação proposta para as licitações. Movida por desinformação e má vontade, esta “onda” atribuiu ao governo o interesse em “facilitar” arranjos com as empresas.

Mas quase não se publica uma linha sobre as leis – e sua sanção pelo Governo Dilma- em tudo o que fazemos para moralizar os contratos do setor público com a iniciativa privada.

Hoje, quase sem que se publicasse uma linha nos sites dos grandes jornais, foi publicada a sanção da presidenta Dilma a uma lei importantíssima.

É a nº 12.440/11, que proíbe que, a partir do ano que vem, empresas participem de licitações públicas se tiverem débitos trabalhistas não honrados, resultante de dívidas transitadas em julgado ou que não tenham penhora a garanti-la.

Não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, até porque já existe o mesmo mecanismo em relação ás dívidas previdenciárias.

Mas aí vem a grita, injustificada, de que isso vai excluir as pequenas empresas das licitações. Não vai, e vai ser um estímulo à regularização das dívidas trabalhistas, que são um problema sério. O TST tinha, no ano passado, 2,5 milhões de dívidas trabalhistas transitadas em julgado, sem possibilidade de recurso, a serem executadas. Só um quarto delas foi liquidada.

A certidão será emitida de forma eletrônica e gratuita e não vai gerar burocracia. Mas vai gerar respeito aos direitos do trabalhador, que vê ser rolada para as calendas gregas o dinheiro a que teve o reconhecimento judicial de direito.

Mas este tipo de moralização, infelizmente, não agrada os nossos neoudenistas. Lei que beneficia pobre e trabalhador é burocracia, embora achem certo, por exemplo, negar crédito para uma prestação para comprar um fogão ao trabalhador que, independente de condenação judicial, atrasa uma prestação ou uma conta de luz. Calote só é “heresia” e merece fogueira quando é contra o capital.


Fonte: blog Henrique Miranda

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Alguma coisa está fora da ordem!

A convocação está no site do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina:


"EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Pelo presente Edital ficam convocados os associados do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, para Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se em Florianópolis no dia 10 de junho de 2011 no Mini-auditório da FECESC, na Avenida Mauro Ramos 1624, Centro, às 10 horas em primeira convocação, com o número regulamentar, e às 10h30min, em segunda e última convocação, com qualquer número de associados presentes a fim de deliberar sobre a seguinte Ordem do dia:

1 – Discussão e Eleição da Comissão Eleitoral, conforme regulamento eleitoral previsto no Estatuto do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina;

2 – Encaminhamentos.

Florianópolis, 23 de maio de 2011.

Rubens Lunge

Presidente"
http://www.sjsc.org.br/noticias_det.asp?cod_noticia=1510

Beleza. Cumprindo o Estatuto, o Sindicato convoca a Assembleia da categoria para formar a Comissão Eleitoral e deliberar sobre TODO o processo relativo às eleições. Até aí, tudo parece bem, certo? Mas vamos para outra matéria também postada no site do SJSC, copiada na íntegra conforme está na página:


"Assembléia dia 10, definirá comissão eleitoral para eleição no SJSC em 2011

06/06/2011 - Todos os associados ao Sindicato dos jornalistas estão convocados a participar da assembléia geral extraordinária que acontece nesta sexta-feira, dia 10, às 10 horas, no Mini-auditório da FECESC. A assembléia vai discutir e eleger a Comissão Eleitoral, responsável por todo o processo eleitoral, assim como decidir demais encaminhamentos. Conforme Estatuto (acese o Estatuto aqui), a comissão eleitoral deve ser formada por três membros titulares e três suplentes sindicalizados sendo que somente um diretor de um Sindicato poderá participar.

A votação para nova diretoria vai acontecer por internet, nos dia 25 e 26 de agosto, 30 dias, antes do término da atual gestão, que acontece em setembro. Cada diretoria tem mandato de três anos.

Participe!

(O Mini-auditório da FECESC fica na Av. Mauro Ramos, 1624, - Centro - Florianópolis. )

Autor: Silvia Agostini Pereira (MTb/SC 3890 JP)"
http://www.sjsc.org.br/noticias_det.asp?cod_noticia=1518

A mesma matéria que nos remete ao Estatuto do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (http://www.sjsc.org.br/estatuto.asp), infelizmente, aponta também para a maneira arbitrária como vem sendo conduzido o nosso Sindicato. Se ainda não aconteceu a eleição da Comissão Eleitoral, como podem já estar definidas a forma de votação e as datas das eleições? A Assembleia da Categoria é SOBERANA e suas decisões serão executadas pela Comissão Eleitoral que é RESPONSÁVEL pelo processo. Nosso Sindicato coloca novamente as decisões de diretoria, acima da vontade da categoria. Alguma coisa está fora da ordem, certamente.

É a partir da Assembleia Geral Extraordinária dos Jornalistas, que se realiza nesta sexta-feira, 10, às 10 horas, que podemos garantir que o processo eleitoral não tenha antecipações inexplicadas e inaceitáveis.

O QUÊ: Assembleia Geral Extraordinária dos Jornalistas

QUANDO: Sexta, dia 10, às 10 horas

ONDE: Mini-auditório da FECESC, Avenida Mauro Ramos, 1624, Centro, Florianópolis.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

ATENÇÃO: REUNIÃO AMPLIADA DO MÓS, 30 DE MAIO

Se pode lá, por que aqui não?

Alagoas é um pequeno estado no nordeste brasileiro com pouco mais de 3 milhões de habitantes. Sem qualquer demérito ao seu povo, que traz inscrita em sua cultura a tradição histórica, guerreira e valente de Zumbi dos Palmares, Alagoas é um dos estados brasileiros economicamente mais pobres e mais desiguais do país. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Alagoas é o pior do país, ficando na marca de 0,677. Não por acaso, é o estado com o maior índice de analfabetos do Brasil (25,7% da população) e onde ocorre o maior número de casos de mortalidade infantil: 48.2% dos nascidos vivos morrem em decorrência das péssimas condições de vida.

Este é o cenário onde os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor de Mello (PTB), entre outros, são os donos da imprensa escrita, falada e ouvida. E é nesse mesmo estado que um combativo sindicato de jornalistas construiu e conquistou, ao longo dos anos, um piso salarial decente para seus trabalhadores.

A partir de maio de 2011, os jornalistas de Alagoas passam a ter como piso salarial o valor de R$ 2.324,05, o maior da categoria no país. A contraproposta patronal foi aprovada pelos jornalistas alagoanos em abril deste ano. O piso de R$ 2.324,05 é para a jornada de trabalho diária de 5 horas. Além do salarial, a categoria terá um reajuste de 7% nas diárias, 7,2% no auxílio-creche, 20% de gratificação por editoria e 15% de gratificação aos que executam dupla função.


Enquanto isso, em SC...

Enquanto isso, na desenvolvida Santa Catarina, os jornalistas, que tem um piso de R$ 1.395,68, passaram por uma situação inusitada: a ausência da campanha salarial para elevar o piso. Como já havia fechado um acordo para dois anos em 2009, a atual direção do sindicato dos jornalistas preferiu viajar o estado numa suposta campanha salarial para estabelecer um piso diferenciado para os assessores de imprensa, no valor de R$ 2.500,00.

Perguntamos: é interessante um piso diferenciado para assessores de imprensa? É certo que cada vez mais profissionais encontram emprego nessa área. O problema é que não há como estabelecer esse piso para o segmento em geral. Explico a seguir.

O piso salarial dos jornalistas só existe porque é acordado entre o sindicato profissional (SJSC) e os sindicatos patronais que representam as empresas de rádio, jornal, revistas, TV etc. Ou seja, é celebrada uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) entre os sindicatos laboral e patronal.

No caso do reivindicado piso para assessores de imprensa, com quem o sindicato vai assinar uma convenção? A resposta é: com ninguém. Não existe sindicato patronal das empresas que prestam serviços de assessoria de imprensa. Então não existe CCT. Se não existe CCT, não existe piso.

O máximo que o sindicato pode fazer é celebrar Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs). É praticamente a mesma coisa, com uma diferença importante: o ACT é celebrado entre o sindicato dos jornalistas e a empresa (isso mesmo, no singular!) em questão.

Por exemplo, para igualar, através do piso, os salários dos jornalistas que trabalham nas prefeituras municipais do estado, o Sindicato dos Jornalistas deveria celebrar 293 Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs), um com cada prefeitura. Se fossem incluídas as Câmaras de Vereadores, seriam 586 ACTs. Isso sem contar as agências, sindicatos, empresas, ONGs e todas as outras instituições que empregam jornalistas em Santa Catarina.

Você poderia perguntar: minha empresa não assinou acordo com o sindicato, mas me paga o piso. Por que isso ocorre? Porque todas as outras organizações que contratam jornalistas utilizam a nossa CCT como referência.

A direção do sindicato, sabe-se lá por quê, está viajando o estado em uma campanha salarial fantasiosa. Ou será que existe possibilidade de firmarmos centenas e centenas de acordos, acreditando que todos os envolvidos aceitarão um novo piso de R$ 2.500,00?

Embora seja legítimo que lutemos também pela valorização do trabalho dos jornalistas em assessoria de imprensa, qual o critério para dizer que o trabalho do assessor de imprensa deve valer quase o dobro do jornalista de redação? Ambos não estão com jornadas extensas? Ambos não estão com acúmulo nas funções? Ambos não são igualmente explorados?

Está na hora do nosso sindicato mudar a maneira como vem conduzindo as campanhas salariais. É mais oportuna a mobilização coletiva da categoria por um piso decente para todo e mobilizar seriamente por um piso decente para toda a categoria, sejam assessores, repórteres, cinegrafistas, fotógrafos ou qualquer outra função.

Como se faz isso? Com muito trabalho, com campanhas de filiação, com propostas concretas, com unidade e com presença nos locais de trabalho. É hora de lutar por um piso decente para todos os jornalistas de nosso estado. Sabemos as imensas dificuldades. Mas se é possível em Alagoas, por que não seria aqui?

Por Leonel Camasão
Jornalista Profissional -
Twitter: @leonelcamasao

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pleonasmos do mundo dos jornalistas

* Por Duda Rangel 


Jornalista pobre.

Trabalho árduo.

Salário de merda.

Dissídio ridículo.

Fato real.

Fotógrafo doidão.

Equipe enxuta.

Fechamento alucinante.

Nota curta.

Pauta de gaveta guardada.

Repórter de TV vaidoso.

Encarar o entrevistado de frente.

Novidade inédita.

Jornal de notícias.

Foca sonhador.

Lead de abertura.

Lançar um novo caderno.

Profissão maluca.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Salve Anitápolis

Pesquisador alerta sobre riscos no trabalho jornalístico

03/05/2011 - 12h55
Internacional
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O coordenador de Comunicação e Informação da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil e pesquisador da área de mídia, Guilherme Canela, alertou hoje (3) que o jornalismo é uma das profissões mais perigosas do mundo. Segundo ele, é necessário instituir ações mundiais que garantam a segurança necessária para os profissionais de imprensa poderem trabalhar.
Canela lembrou que os jornalistas estão mais ameaçados em ambientes de conflitos, como os embates que ocorrem nos países do Oriente Médio e Norte da África, como Líbia e Síria. Em entrevista durante a manhã ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, ele disse que há riscos não só em ambientes de guerra, mas também nas regiões em que a democracia não está consolidada.
“Os riscos não só [envolvem] o assassinato de jornalistas, mas existem uma série de outros riscos que precisam ser discutidos”, afirmou ele, citando, como exemplo, a ausência de “proteção do indivíduo jornalista que faz [uma determinada] cobertura”. O pesquisador lembrou ainda que a ameaça é maior quando o profissional busca o “oculto”. “Em muito lugares do mundo, o jornalismo é uma profissão de muitos riscos, novos e velhos”, afirmou.
Canela lembrou o assassinato do jornalista pernambucano Luciano Leitão Pedrosa, de 46 anos, que morreu no começo de abril depois de colocar no ar uma série de reportagens sobre grupos de extermínio, na região de Vitória de Santo Antão. Para ele, é fundamental estabelecer o fim da impunidade, assim como aumentar as garantias de segurança para os profissionais.
O pesquisador disse ainda que a “segurança do profissional de jornalismo em coberturas de risco” é um tema sempre presente na agenda Unesco. Canela foi um dos palestrantes da seminário A Mídia do Século 21: Novas Fronteiras, Novas Barreiras, que ocorreu no Instituto Rio Branco, em Brasília.

A violência contra jornalistas no Brasil e no mundo

Conforme relatório da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), foram registrados 55 casos de violência no Brasil em 2009, sendo dois assassinatos, ambos em Pernambuco. Do total, 40% são agressões físicas e verbais; 27%, censura e processos e 15%, ameaças.

A federação registrou ainda detenção e tortura (5%); atentados (5%); e violência contra sindicalistas (4%). De acordo com o estudo, agentes do Estado são responsáveis pela maioria dos casos de agressões a jornalistas.

Em 2010, foram contabilizadas 94 mortes de jornalistas por atos violentos em todo o mundo durante o exercício da profissão - 45 a menos do que em 2009 -, conforme relatório divulgado pela
Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ). A entidade registrou a morte de um total de 2.271 profissionais de imprensa no exercício da atividade profissional a partir de 1990 - quando começou a fazer o relatório anual desses dados - até 2010.

Segundo informações dessa entidade, o Paquistão ficou com o pior índice de segurança para os trabalhadores de comunicação em 2010, com 16 mortes, seguido do México e de Honduras, que registraram, cada um, dez mortes de jornalistas. Apesar da redução da quantidade de mortes com relação a 2009, a direção da FIJ alega que esse número ainda é alto, denotando haver grandes riscos em determinadas regiões para o exercício do jornalismo.

A organização não Governamental (ONG) internacional
Repórteres Sem Fronteiras informa que o Paquistão continua sendo um dos países mais perigosos para o exercício da profissão. Segundo a entidade, além dos jornalistas naquele país serem muito mal pagos, estão expostos a todo o tipo de perigo - desde a tensão do país com a Índia até ameaças terroristas, violência policial, e conflitos tribais. De acordo com a FIJ, a maioria dos jornalistas foi vítima de atos violentos causados pelas guerras contra as milícias no Paquistão, os cartéis das drogas no México e os conflitos políticos em Honduras.

A
lista dos jornalistas assassinados em 2010 divulgada pela FIJ aponta duas mortes no Brasil, do jornalista da área esportiva Clóvis Silva Aguiar, da Rede TV, no dia 24 de junho; e do jornalista Francisco Gomes de Medeiros, da Rádio Caicó (AM), no dia 18 de outubro.


Fonte: Agência Senado

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Sindicato que temos e o Sindicato que queremos

O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina está doente. Sofre de uma doença crônica e melancólica, e pelo que tem seguidas vezes demonstrado, não pretende se curar. Nosso Sindicato, nos últimos anos, divorciou-se de grande parte da categoria, burocratizou-se e, de maneira espantosa, tem sido aparelhado por posições políticas particularizadas.
Todas essas práticas são estranhas à história recente do movimento sindical dos jornalistas catarinenses que, desde meados dos anos 80, tem buscado constituir uma identidade, com total independência de governos, partidos e empresas. Movimento que construiu, nesse período, com a cumplicidade e envolvimento de pelo menos duas gerações de jornalistas, uma sólida reputação sustentada na representatividade e na combatividade de suas lideranças.
Somos referência nacional na luta pela democratização da comunicação. Não por acaso, o FNDC (Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação) foi forjado em tese apresentada no Congresso Nacional dos Jornalistas em 1990, em Florianópolis. Nossa entidade sempre foi linha de frente na defesa da regulamentação profissional e de um ensino de qualidade. Implementamos e unificamos o piso salarial e enfrentamos as diferentes formas de exploração do trabalho e desrespeito aos direitos e conquistas dos jornalistas. Lutamos, ao lado de milhares de outras categorias de trabalhadores em todo Brasil, pelo direito de livre organização e contra o vigoroso movimento internacional de flexibilização de regras e contratos de trabalho. Inovamos em campanhas e práticas de comunicação e na promoção de encontros e eventos. Estranhamente, esse patrimônio tem sido desconsiderado e literalmente apagado. Registros de lutas, campanhas, greves, manifestações, passeatas, simplesmente desapareceram do site do Sindicato. Os atuais dirigentes movem-se e se posicionam como fossem os primeiros e únicos.
A relação de sindicalizados tem encolhido ano após ano. O Sindicato promove expurgos com freqüência e, curiosamente, comemora o feito. A participação nas duas últimas eleições foi medíocre. Há três anos, não fosse um arranjo nos números muito mal explicado, seria necessário um novo pleito. A troca periódica de secretárias, levou a uma confusão no cadastro, causando constrangimentos aos sócios que recebem informações desencontradas. O jornal (falecido) e o site da Entidade transformaram-se em tribunas de posições ideológicas particularistas e de um personalismo vergonhoso. Em decisão de alguns diretores, no meio do ano passado, o SJSC passou a sindicalizar precários. Usou como argumento os mesmos princípios patronais arguídos pelo ministro Gilmar Mendes. Pressionado pela repercussão negativa, encaminhou a posição para um congresso estadual, esvaziado, para o qual inventou critérios que impediram a participação da categoria. A decisão foi referendada por 12 votos – eram 17 delegados no total. Ou seja, um colégio menor que a própria diretoria.
Por discordar dessas práticas e por ter sido totalmente alijado, um grupo de jornalistas de todos os cantos do Estado, formado por ex-presidente e diretores, sócios e não-sócios, estudantes, resolveu organizar-se como OPOSIÇÃO SINDICAL. Queremos e defendemos um Sindicato que resgate o sentimento de pertencimento e de orgulho por integrar o quadro de associados da entidade. Um Sindicato que respeite e valorize as divergências e diferenças, mas que não abra mão da UNIDADE da categoria. Queremos e defendemos um Sindicato que seja combativo em suas posições políticas, mas que rechace qualquer forma de aparelhamento e sectarismo. Um Sindicato que esteja presente no cotidiano das redações, assessorias e escolas, em todas as regiões do Estado e que volte a estimular ações culturais e de congraçamento. Um Sindicato que faça a reconciliação com o passado, mas que também tenha foco no futuro, para incluir um número imenso de jovens que estão no mercado, abandonados e indiferentes ao sindicalismo. Que seja, finalmente, um SINDICATO de TODOS radicalmente DEMOCRÁTICO e que avance na defesa do jornalismo e da profissão, sem jamais abandonar princípios de solidariedade e companheirismo entre os trabalhadores.
Por essas razões e motivos, somos e nos organizamos como oposição e, como oposição, pretendemos disputar as próximas eleições. Junte-se ao MÓS.
Movimento de Oposição Sindical, Santa Catarina, 1º de maio de 2011 – Dia do Trabalhador.

COORDENAÇÃO: Aderbal Filho, Adriane Canan, Celso Vicenzi, Cristiane Mohr, Leonel Camasão, Janine Koneski de Abreu, Sérgio Murillo de Andrade, Tânia Machado de Andrade, Valci Zuculoto.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

No tempo das diligências

A jornalista Cristiane Mohr, filiada em dia com a Tesouraria do Sindicato, não pode participar da assembleia de prestação de contas no dia 31 de março, divulgada por e-mail três dias antes. Escreveu à secretaria da Entidade solicitando cópia do relatório com as contas de 2010. A resposta do Presidente:
"Informamos que a sua solicitação será atendida conforme o Estatuto do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, a saber:
Art. 6º - São direitos dos associados:
d) De ter livre acesso, mediante solicitação prévia, aos livros de atas, de registro de sindicalizados e contábeis;
Os livros estarão disponíveis na sede do SJSC. Solicitamos que informe data e horário, para que possamos comunicar a presença dos referidos documentos, vez que encontram-se em fase de encadernação fora da sede do SJSC. A previsão de retorno dos mesmos ao Sindicato é na semana que vem.
Comunicamos, por outro lado, que os resumos dos documentos encontram-se no mural do Sindicato desde a data de convocação da Assembléia Geral Ordinária."


Além do texto truncado (para que possamos comunicar a presença dos referidos documentos???), pergunta-se qual é a dificuldade de enviar por e-mail os resumos dos documentos que encontram-se no mural? Cris mora em Fpolis, mas se residisse em Pinhalzinho? Para saber quanto o seu Sindicato, por exemplo, gastou com a manutenção da Diretoria no ano passado, teria que vir à Capital, depois de marcar hora? Aliás, por que não disponibilizar o balanço no site? No final do ano, o Sindicato anunciou, pela rede, um novo expurgo de inadimplentes, sem listar os nomes. Solicitei a relação. Vai que meu nome estivesse entre eles. O Presidente respondeu da mesma forma econômica e burocrática: a relação está disponível no mural, conforme determina o estatuto.


Há uma evidente má vontade com quem não é da panelinha e uma alergia injustificável com a transparência. Nosso Sindicato está fazendo uma releitura do surrado ditado: para os amigos tudo, aos inimigos, o estatuto.


Sérgio Murillo de Andrade
Jornalista, filiado (eu acho)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pede pra sair!!!

O premiado repórter fotográfico, Hermínio Nunes, 25 anos de profissão e cinco anos de Diário Catarinense, foi demitido no início do mês passado do Jornal. Até aí, nenhuma surpresa. A RBS tem uma prática nefasta e desumana de não valorizar a experiência e demitir profissionais com dezenas de anos de casa. Adota essa técnica de terror há muito tempo, inclusive promovendo verdadeiros "passaralhos", principalmente no início do ano, nos meses que antecedem a data-base, como uma espécie de "cala a boca" nas redações.


Infelizmente, nenhuma surpresa. O surpreendente foi que dias depois de homologada a rescisão no escritório dos advogados (porque o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina alegou não ter estrutura pra isso), Hermínio recebeu um e-mail, deste mesmo Sindicato, com um convite explícito para se desligar da entidade. Diz o texto da mensagem: "Você gostaria de continuar pagando as mensalidades, de 15 reais mensais? Ou quer solicitar desfiliação do Sindicato?".

Nenhuma palavra de apoio ou incentivo ao profissional injustiçado. A hipótese do desligamento nem deveria ser mencionada. Numa época que todo o movimento sindical faz esforços para congregar, ampliar, o nosso Sindicato vai justamente na direção contrária. Um caco do Estatuto que permite a desfiliação depois de seis meses de inadimplência, que NUNCA tinha sido utilizado, agora é empregado com uma frequência preocupante pela atual diretoria. É a única entidade que se orgulha de ter diminuído, com esses expurgos, o quadro de associados.

Só essa esquizofrenia explica todo o empenho da atual gestão para sindicalizar os jornalistas precários. Possibilidade mais uma vez rechaçada, felizmente, pela categoria em recente reunião do Conselho de Representantes da Fenaj, apesar da defesa insistente e equivocada da direção do nosso Sindicato em favor da causa dos precários. Tenho certeza que o Hermínio, apesar do desconvite oficial, vai permanecer sindicalizado e ajudar a mudar esse estado de coisas.


Sérgio Murillo de Andrade

Jornalista

MOS

Mós na Internet: Pede pra sair!

Mós na Internet: Pede pra sair!: "O premiado repórter fotográfico, Hermínio Nunes, 25 anos de profissão e cinco anos de Diário Catarinense, foi demitido no início do mês pass..."

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mós na Internet: Defendendo o indefensável

Mós na Internet: Defendendo o indefensável: "Uma aula de manipulação e dissimulação é a melhor qualificação para o editorial – Mudança de Rumo - publicado nas edições de hoje, dia 31/1,..."

Mós na Internet: Aquilo, sobre o qual não se pode falar

Mós na Internet: Aquilo, sobre o qual não se pode falar: "Para imprensa, essa manifestação não aconteceu Na noite do dia 17 de junho de 2009, milhões de brasileiros surpreenderam-se com a notícia..."

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Carnaval 2011 - Baiacu de Alguem

 

Músicos, ritmistas, parceiros e amigos do Baiacu!

O carnaval está chegando, e vocês não podem ficar de fora da nossa programação!


ENSAIOS DA BATERIA
Os ensaios da bateria já começaram! Eles acontecem as quartas e sextas-feiras, a partir das 20h, na sede do bloco em Santo Antônio de Lisboa.A entrada é gratuita, e a animação é presença garantida!
Comes e bebes do Bistrô da Leila!
No mês de fevereiro os ensaios acontecem também nas segundas!

 

SAMBA ENREDO 2011 - BAIACU VAI AO CINEMA

Acesse nosso site e aprenda a cantar o samba enredo desse ano! http://baiacudealguem.com.br/

 

CINECLUBE PESCADORES DE CULTURA VOLTA COM TUDO EM 2011

As sessões voltam a partir do dia 20 de janeiro, e durante os meses de férias e calor começam as 20h30. Acesse nosso site e fique por dentro da programação!


INFORMAÇÕES

No nosso site você ainda confere a programação do carnaval em Florianópolis, sambas, fotos dos nossos eventos, e muito mais! Acesse baiacudealguem.com.br

Recados da natureza

 
Impossível não pensar na arrogância humana diante da fragilidade da vida. Nada parece abalar as nossas rotinas até que, tudo aquilo que parecia tão firme, desaparece de repente. Submetido às forças da natureza, o que é sólido se desfaz em instantes. O tempo de vida, uma promessa cada vez mais longa para os humanos, pode esvair-se numa ínfima fração de tempo. Diante de situações que não controlamos, não há muito o que fazer. O planeta, desde que começou a abrigar as primeiras formas de vida, nunca foi lugar seguro para nenhuma espécie – 90% delas já desapareceram, dizem os cientistas. O que leva à conclusão de que o destino de todos os seres vivos é a inevitável extinção e o surgimento de outras espécies. Pelo menos até o desaparecimento do Sol, previsto para daqui a uns 5 bilhões de anos, quando também os planetas em seu entorno serão pulverizados. Mas o ser humano tem acelerado o relógio do tempo, desnecessariamente. Porque elegeu um modelo de sociedade que destrói rapidamente o próprio habitat. Ao interferir de forma tão contundente na natureza, desencadeou reações cada vez mais frequentes e de incontrolável agressividade: enchentes, deslizamentos, secas e incêndios – entre outros fenômenos naturais.

A ação humana tem sido o estopim de muitas tragédias anunciadas: pela ocupação desordenada de encostas e áreas inundáveis; pela falta de distribuição de renda e políticas habitacionais, que empurram os mais pobres para áreas de risco; pela inexistência de projetos adequados para a destinação dos resíduos sólidos; pelo desmatamento; pela desordenada ocupação urbana; pela poluição industrial; pelo incessante apelo à compra de bens materiais que degradam o solo, o ar e a água. Os meios de comunicação culpam os governos pela falta de obras de prevenção, mas nada dizem sobre o estímulo que produzem à sociedade de consumo.

O ser humano criou um estilo de vida que se transforma numa espécie de lento suicídio coletivo. Nos últimos 300 anos, aproximadamente, acionou um motor que pode vir a ser o da própria extinção. Durante milênios, viveu com muito pouco. Há algumas gerações, desde as primeiras máquinas a vapor até a mais informatizada delas, desencadeou um modelo de sociedade baseada na substituição frenética de bens de consumo – para muito além das necessidades básicas –, que provoca danos ambientais em escala sem precedentes. 

Os avisos não param de chegar. Estudo recém-publicado pela revista científica Nature diz que o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO²) terá impacto sobre as temperaturas da Terra pelos próximos mil anos e elevará em quatro metros o nível das águas do mar. Uma catástrofe com consequências devastadoras e imprevisíveis em sua extensão, pois há de modificar rapidamente todo o ecossistema sobre o qual a vida se sustentou até aqui. O sal dos oceanos irá contaminar boa parte do lençol freático. Haverá drástica redução dos recursos de água potável. A temperatura dos oceanos sofrerá impactos que irão dizimar boa parte da vida marinha. O equilíbrio entre espécies entrará em colapso. Algumas irão proliferar caoticamente, outras desaparecerão. A irregularidade de sol e chuva terá impactos sobre a agricultura, e a fome será o flagelo de milhões. Epidemias e doenças até então desconhecidas irão proliferar numa velocidade maior do que as respostas da ciência. Mortos se empilharão por toda a parte. Alarmismo? Estamos tão anestesiados em nosso mundo virtual e material que desprezamos os avisos da natureza. E de milhares de cientistas, que alertam para consequências devastadoras.

Especialistas dizem que os fenômenos climáticos de grande intensidade serão cada vez mais frequentes e de maior magnitude. Apesar de todas as evidências da mão humana ter aberto essa Caixa de Pandora, poucas pessoas parecem dispostas a questionar a ideologia de consumo que desencadeia muitos desses desastres. Há reações tímidas na construção do chamado “desenvolvimento sustentável”, mas ainda insuficientes para atenuar o desastre ambiental. A tecnologia pode e deve estar a serviço do bem-estar de toda a humanidade, diferente do que ocorre atualmente, voltada para gerar lucros em benefício de poucos.

O modelo de civilização precisa mudar. Não haverá futuro para o ser humano se ele não estiver em equilíbrio com a natureza. Mas a imensa maioria, quando confrontada com essa situação, prefere viver como se nada disso fosse ocorrer – ou que ainda estivesse muito distante. Nada parece perturbar a fé dos que elegeram o mercado como um novo deus e a mídia como o seu profeta. A ideologia do “progresso” continua inabalável, apesar de a miséria e a degradação ambiental espalharem-se pelo planeta. A ciência encontrará uma resposta, confiam os cidadãos abastados, absortos em consumir a última novidade tecnológica, sem nunca perguntar quais os custos ambientais para produzir tanto luxo e tanto lixo.

Tragédias ambientais como as do Rio de Janeiro e outras tantas pelo Brasil e pelo mundo devem servir de alerta, para conscientizar de que algo está muito errado e precisa mudar. E que é preciso cobrar das autoridades e de todos os cidadãos um compromisso responsável para com as atuais e futuras gerações que habitarão o planeta.


Celso Vicenzi – Jornalista